Ideias para repensar a Conectividade nas �reas Rurais.

 

 

 

 

 

 

 

 

Miguel Saravia [1]

Intermediate Technology Development Group

Mar�o, 2003

 


"Os mercados, as guerras e os produtos se globalizam, assim como os impactos sobre o meio ambiente e a circula��o das ideias.� No entanto, para a grande maioria das pessoas o sentido de sua vida permanece sendo o que tem a seu redor, sua realidade local.� As TICs fazem que seja cada vez mais f�cil estar em contato com o resto do mundo, m�s isto s� tem sentido para o desenvolvimento humano si se converte em resultados concretos no entorno imediato das pessoas.�[2].

 

 

ITDG, fundada por Schumacher[3] no Reino Unido, tem a miss�o de pesquisar e disseminar tecnologias que respondam diretamente �s necessidades das popula��es mais isoladas e empobrecidas do mundo, sob o lema. "Aprender o que fazem as pessoas e ajud�-las a faz�-lo melhor".

 

Aplicar o enunciado anterior a nosso trabalho em tecnologias da informa��o e comunica��o �TIC- e especificamente ao tema da conectividade rural, deveria levar-nos a afirmar: aprender como se comunicam as pessoas para ajud�-las a faz�-lo melhor. As TIC, e Internet em particular, nos abriram um novo cen�rio de trabalho, onde o local e o global se combinam e onde temos que aprender do que j� se faz para faz�-lo melhor.

Notamos com preocupa��o nos programas nacionais de acesso universal uma tend�ncia a priorizar a conex�o para o plano global e n�o tanto do local. Com as palavras de Emilio, o personagem da Carta � T�a Ofelia, dir�amos, �Sabemos de muitas pessoas e organiza��es que est�o bem conectadas com o mundo virtual, e n�o conhecem a seus vizinhos ou n�o fazem nenhuma atividade com outras organiza��es semelhantes em sua mesma cidade.�

 

Este artigo se consagrar� a propor id�ias para repensar o esquema de acesso universal que se vem implementando no Per� e em v�rios pa�ses de Am�rica Latina; e � tamb�m um convite a trabalhar juntos num novo paradigma de desenvolvimento das telecomunica��es rurais, que ponha en evidencia o interesse coletivo e as necessidades locais de comunica��o, e que, dinamizando as economias locais, conecte-se ao mundo atrav�s de servi�os de telecomunica��es de qualidade, a custos razo�veis, conformes com as necessidades comunicacionais dos usu�rios e o que � mas audaz, mais libertador, administrado por eles mesmos.

A conectividade de hoje em dia

 

O interesse dos Governos de fornecer Acesso Universal �s �reas rurais e �s popula��es marginais deu lugar ao surgimento de planos nacionais de Acesso Universal que procuram p�r ao alcance dos cidad�os servi�os de telecomunica��es a uma dist�ncia razo�vel de seu lugar de resid�ncia, quando n�o em sua pr�pria resid�ncia.

 

A materializa��o deste conceito progrediu no tempo e � assim que da simples instala��o da telefonia p�blica em �reas remotas passamos � promo��o de Telecentros ou Centros Comunit�rios Multiprop�sitos como convieram ITU e� UNESCO a denomin�-los [4].

 

Desenvolveram-se diferentes modelos de conectividade com diferentes mecanismos de financiamiento da conectividade e com diferente participa��o do setor privado e o setor p�blico. Junto com a evolu��o tecnol�gica, avan�amos tamb�m nos modelos para gerir a infra-estrutura a n�vel local, com diferente n�vel de participa��o dos atores locais: "containers" LINCOS[5], Unidades M�veis de Internet promovidos pelo PNUD em Mal�sia[6], cabines telef�nicas melhoradas em �ndia[7], ou os Centros Comunit�rios Multiprop�sitos empregados em todo o mundo [8].

 

Os diferentes modelos se configuram em fun��o de qu�o amplo se entende o conceito de "acesso universal" e da capacidade financeira dos programas que o apoiam. Os Infocentros Venezuelanos d�o acesso gratuito � Internet[9]; os Centros COMPARTEL operam com tarifas comerciais a partir de um subs�dio inicial para a instala��o da infra-estrutura [10].

 

Associado a estes modelos de conectividade encontramos todos os modelos de neg�cio que possamos imaginar. Desde comerciais promovidos por SIEMENS na �frica [11], iniciativas mixtas como as que prop�s originamente o Plano Huascar�n no Peru[12], onde o Estado prov� a infra-estrutura e os usu�rios pagam pelo uso do servi�o, at� o j� mencionado caso Venezuelano de subs�dio da conectividade atrav�s de um imposto que permitir� tamb�m o investimento em ci�ncia e tecnologia venezuelana.

 

Todas estas iniciativas est�o interpretando o acesso universal s� pela metade de sua concep��o: se centra em como conectar o local ao global, mas esquece o importante que � promover a conex�o ao local... � por a� que come�amos a imaginar o novo esquema de conectividade para �reas rurais.

O paradigma sobre o qual se baseiam os atuais modelos de conectividade e acesso universal, subentende que cada ponto novo conectado � rede tem um �mbito de influ�ncia que pode fazer uso das facilidades ali instaladas. Devido ao custo da infra-estrutura se estabelecem par�metros para determinar onde se instalar� a infra-estrutura: centros povoados com mais de 500 habitantes ou s� nas capitais dos estados, etc.

 

 

 

Cada ponto da rede atende a uma popula��o meta circundante e que deve acercar-se ao Centro Comunit�rio para utilizar os servi�os que este oferece. Na maioria de casos no Peru, o usu�rio encontrar� um telefone satelital com o que poder� comunicar-se para fora de sua comunidade. Assim, por mais pr�xima que seja a comunica��o, esta sempre sair� primeiro ao sat�lite e baixar� em seguida a procura de seu destino - bem prov�velmente - um povoado vizinho.

 

Baseados em nossa experi�ncia podemos afirmar que a maioria das pessoas fazem chamadas locais, isto �, em seu pr�pria cidade, estado e regi�o. Depois vem as chamadas nacionais a destinos pr�ximos, quer dizer, a estados vizinhos ou com os quais a popula��o rural tem contato direto e muito depois vem as comunica��es nacionais mais distantes e as internacionais.

 

V�rios projetos tentaram adiantar a provis�o do conte�do local a partir da infra-estrutura implantada pelos projetos que seguem o esquema de conectividade descrito antes. Temos projetos de portais comunit�rios, servi�os de cria��o de Web, com�rcio eletr�nico, etc. A avalia��o do impacto dessas iniciativas esta pendente, mas podemos adiantar que o consumo desses conte�dos/servi�os se d� por parte de pessoas de fora da comunidade.

 

N�o conhecemos exemplos de camponeses acedendo a sua p�gina Web para saber o pre�o da papa em seu mercado, porque j� caminharam at� o povo e j� o averiguaram diretamente. Essas aplica��es t�m mais relevancia para o �mbito urbano popular, ou para a periferia urbana que para o �mbito rural, como nos mostra a experi�ncia das Unidades Informativas Barriais de Col�mbia [13].

 

Onde temos encontrado sucesso no �mbito rural � quando estas iniciativas se combinam com meios tradicionais como o r�dio, que justamente � intracomunitaria. N�o aprofundaremos este ponto, podem visitar a p�gina Web do projeto Chilala ou o trabalho de COMUNICA para maiores detalhes [14].

 

Si com efeito � um avan�o conectar comunidades rurais que antes n�o estavam conectadas, mas � insuficiente se o avaliamos a partir da perspectiva de quanto contribui realmente ao desenvolvimento social.

 

A partir de nossa experi�ncia em telefonia rural [15], as principais limita��es desta forma de desenhar a conectividade s�o:

�         Altos custos que obrigam a limitar os pontos de conex�o e a estabelecer um �mbito de influ�ncia por ponto conectado que em alguns casos chega a 8 horas de dist�ncia a p�. A isto se soma o fato da limita��o do largura de banda por ponto.

�         Elevado custo de comunica��o local para o operador: uma chamada do ponto A ao B � ter� que usar o sat�lite ainda quando queira comunicar-se com seu pr�prio barrio.

�         Pouco uso do telefone: pelo hor�rio estabelecido e pelas dist�ncias de deslocamento requeridas.

�         Elevado custo do acesso a Internet e limitada explora��o da dita infra-estrutura pelos poucos habitantes que tem acesso permanente a ela. Para a maioria de populadores o �nico dia de acesso ao telefone e � Internet � o dia de ir ao mercado.

�         Irrelevancia do conte�do publicado em Internet para os habitantes da comunidade

�         Irrelevancia do conte�do publicado em Internet para os habitantes da comunidade

�         Falta de motiva��o para o desenvolvimento de conte�dos e sua atualiza��o local

�         Servi�o t�cnico especializado externo � comunidade e portanto caro e lento

�         Ausencia de Capacitaci�n adecuada a nivel local

A conectividade que queremos

� necess�rio um novo enfoque que ponha �nfase na conectividade local, intracomunitaria, isto �: um paradigma que responda � forma como as pessoas se comunicam hoje e a adequa��o das op��es tecnol�gicas a esta realidade.

Referimo-nos � possibilidade de criar redes comunit�rias de banda larga, no esp�rito do criado por Wire.Less na Dinamarca
[16] ou o que a Benton Fundation[17] acaba de publicar a respeito do potencial da banda larga para brindar melhores servi�os a todos, ou o modelo de CDMA Wireless Local Loop que se vem desenvolvendo em �ndia [18].

 

Ser� poss�vel combinar isto com a r�dio rural? Nossa aposta � a que sim, e como exemplo est� a investiga��o que ITDG est� fazendo sobre o trabalho da ALIN e a WorldSpace Foundation na �frica para o uso de r�dios satelitales para o acesso a informa��o radial e multim�dia [19].

 

Perdeu-se a l�gica da conversa��o e de comunica��o que um sistema de informa��o e telecomunica��es deve propicionar e que por sua natureza, as TIC t�m ao voltar automaticamente a qualquer �conectado� a um emissor ou receptor. � necess�rio tamb�m ir ao resgate da dimens�o humana dos que recebem e transmitem a informa��o [20]. Nossa id�ia � que a telecomunica��o ajude a refor�ar os v�nculos na comunidade a par de conectar esta com outras comunidades.

 

As caracter�sticas do novo enfoque que imaginamos s�o:

�         �nfase no dialogo local

�         Facilita a comunica��o intracomunitaria

�         Banda larga

�         Acess�vel a todos, em todo momento.

�         Tecnicamente fi�vel e de baixa manuten��o

�         Baixo custo

�         Comparte a conectividad com o exterior

 

 

O que propomos se sustenta em experi�ncias que est�o hoje em dia implementando-se no mundo: criar redes comunit�rias de banda larga que conectem mais um centro povoado e que com um sistema de gest�o adequado se sustente no tempo e se interconectem �s redes nacionais.

 

A rede comunit�ria permitiria a pobladores da mesma rede comunicar-se entre eles a tarifas bem baixas, pois seria uma rede privada local. Ao ser banda larga lhes permitiria tamb�m obter servi�os de valor agregado, navegar em Internet local ou fazer consultas instant�neas al posto de sa�de mais pr�ximo remetendo imagens ou interactuando em linha com o especialista, sem deslocar o enfermo.

Diz-se, no entanto, que se os Governos com as justas podem cumprir com o esquema tradicional de conectividade, como v�o comprometer a dar o seguinte passo? A resposta � que o novo esquema requer da participa��o da comunidade, requer seu compromisso e sua capacidade de organiza��o. A comunidade tem que participar na expans�o da infra-estrutura e no modelo de gest�o que assegure a viabilidade do sistema.

Isto n�o � f�cil e � qui�� onde esta o maior problema de nossa proposta. Sem dizer necessariamente que essa seja a solu��o, cremos importante estudar as experi�ncias das cooperativas de telecomunica��es em Argentina
[21] e a experi�ncia da National/ Telecommunications Cooperative Association (NTCA)[22] dos Estados Unidos que agrupa a mais de 500 cooperativas e pequenas empresas rurais de telecomunica��es. Precisamos aprender destas experi�ncias e somada � experi�ncia do projeto piloto que executam FITEL e ITDG em Cajamarca, Peru [23], desenvolver um modelo de gest�o adequado..

 

Si a obje��o � financeira, devemos dizer que o custo da infra-estrutura para criar as redes comunit�rias inal�mbricas � marginal si comparamos com o que custa cada ponto de conex�o do sistema tradicional. Um s� container LINCOS pode chegar a custar 150 mil d�lares e ainda assim n�o prov� nenhum sistema de rede para a comunidade.

A continua��o enumeramos algumas vantagens do novo modelo proposto:

 

Esquema predominante

Rede Comunitaria

�  Alto custo por ponto e limitado largo de banda.

�    Um s� ponto por Rede permitiria incrementar o largo de banda por ponto e fazer um melhor uso do mesmo.

�  Elevado custo de comunica��o local e pouco uso do telefone.

�    Comunica��o local a tarifa plana, estabelecida pelo administrador segundo um estudo t�cnico de custos.

�    �M�ltiplos pontos de comunica��o facilita o maior uso do servi�o.

�    Para comunica��es off-net toda a rede comparte a conex�o e se pode pagar tarifa vigente de telefonia rural sobre forma de pr�-pagamento.

�  Elevado custo do acesso ao Internet e limitado uso do servi�o.

�    Acesso permanente a Internet atrav�s de diferentes dispositivos e desde distintos lugares da Rede o que reduziria os custos e permitiria estabelecer planos tarif�rios de conex�o a Internet segundo necessidades particulares.

�    Diversifica��o de servi�os melhoraria as possibilidades de sustenibilidade econ�mica.

�  Irrelev�ncia do conte�do publicado em Internet para os habitantes da comunidade.

�    Possibilidades de desenvolver uma Intranet a qual os populadores possam aceder atrav�s de diferentes dispositivos.

�    O custo da atualiza��o da Intranet Comunit�ria pode incluir-se na tarifa plana por acesso � Rede Comunit�ria.

�  Falta de motiva��o para o desenvolvimento de conte�dos e sua atualiza��o local.

�    Ao se massificar o n�vel de usu�rios locais e de assinantes � Rede, o administrador do servi�o se motiva para manter atualizada a informa��o.

�  Servi�o t�cnico especializado externo � comunidade e portanto caro e lento.

�    Se gera a demanda de servi�os t�cnicos locais para a manuten��o da Rede e dos dispositivos de acesso.

�  Aus�ncia de Capacita��o adequada a n�vel local.

�    Administrador capacita permanentemente para incrementar o uso da rede local.

Os desafios

Para fazer realidade esta nova concep��o de conectividade, v�rias coisas ainda devem ser verificadas com a comunidade m�s tamb�m com o Estado e as empresas do setor das telecomunica��es.

Desafios Tecnol�gicos

A geografia p�e travas ao desenvolvimento de infra-estrutura inal�mbrica e h� que adaptar-se a tecnologia a dita realidade. Assim mesmo � necess�rio avan�ar para o desenvolvimento de dispositivos de conectividade que estejam ao alcance das fam�lias de zonas rurais e que estes dispositivos possam ser reparados localmente atrav�s de t�cnicos treinados para isso.� Se requer para isso a��es conjuntas do setor privado e dos institutos de investiga��o, das Universidades, al�m de ONGs que como ITDG est�o interessadas em apoiar estes desenvolvimentos tecnol�gicos. Outro tema de import�ncia � o desenvolvimento de dispositivos especiais para que os discapacitados possam fazer uso efetivo das redes comunit�rias.

Desafios Regulat�rios

O marco regulat�rio deve se conformar �s novas diretrizes estabelecidas pelo Minist�rio de Transportes e Comunica��es� para assim formar as redes comunit�rias que propomos. Se deve adequar as pol�ticas de promo��o das TIC como assinar o Acordo sobre Tecnologia da Informa��o, promovido pela OMC desde 1996[24]. � necess�rio tamb�m ajustar os est�ndares de qualidade de servi�o requeridos para zonas rurais e promover tarifas de interconexi�n asim�trica.

Desafios Financieros

O financiamiento da infra-estrutura b�sica dever� seguir provindo de FITEL pois para isto foi concebido, no entanto, o desenvolvimento das redes comunit�rias ou sua expans�o requerer� maior capital. Parte deste financiamiento poder� vir diretamente das comunidades, m�s quando a rede requeira expandir-se qui�� o administrador necessite de financiamiento e algum esquema de cr�dito flex�vel deveria ser criado, tal como se criou em seu momento e ainda existe, o Rural Telephone Bank em USA [25].

Desafios Sociais

Este � o desafio mais dif�cil pela fragilidade institucional existente no Peru e em v�rios pa�ses da regi�o. Um esquema de como o que pensamos requer em sua base uma s�lida organiza��o social que em conjunto com a administra��o privada conseguir�o sustentar o servi�o. A constru��o desse tecido social � uma tarefa de longo prazo e h� que come�ar a dar os primeiros passos. Em isso estamos...

 


 

Notas e refer�ncias

 



[1] ��� Miguel Saravia L�pez de Castilla � Biblioteconomista pela Pontificia Universidad Cat�lica del Per�. Gerente do Programa de Novas Tecnologias, Intermediate Technology Development Group, com mais de 10 anos de experi�ncia no campo das TIC aplicadas ao desenvolvimento, liderando numerosos projetos no Per� e Am�rica Latina. [email protected]� www.itdg.org.pe� www.infodes.org.pe

[2] ������ Carta a la T�a Ofelia / Ricardo G�mez e Benjam�n Casariego. Bogot�: IDRC, RAICES MAGICAS e ITDG, 2002. p�g. 12. http://www.idrc.ca/pan/ricardo/publications/ofelia.htm

[3] ��� http://www.itdg.org/html/about_us/faq.htm#Who was ITDG's founder?�

[4] ��� http://www.itu.int/itunews/issue/2002/05/rationale.html

[5] ��� http://www.lincos.net/

[6] ��� http://www.sdnp.undp.org/it4dev/stories/malaysia.html

[7] ��� http://www.digitalopportunity.org/cgi-bin/index.cgi?root=2822&url=http%3A%2F%2Fwww%2Epropoor%2Ecom%2Fnews%2Fxar0206%2Easp%235

[8] ��� http://www.idrc.ca/lacro/docs/conferencias/pan9.html

[9] ��� http://www.infocentro.gov.ve/index.php

[10] �� http://www.compartel.gov.co/contenido/articulo.asp?chapter=147&article=138

[11] �� http://www.mwebafrica.com/hub/ict/ y http://www.siemens.co.za/index.jsp

[12] �� http://www.huascaran.gob.pe/

[13] �� http://www.uib.colnodo.apc.org/

[14] �� http://www.infodes.org.pe/A_Chilala/pag_principal.htm� y http://www.comunica.org

[15] �� http://www.infodes.org.pe/

[16] �� http://wire.less.dk/?1.0

[17] �� http://www.benton.org/Library/broadband/broadband-world.pdf

[18] �� http://www.wired.com/news/wireless/0,1382,56663,00.html

[19] �� http://www.alin.or.ke/data/technologies.htm

[20] �� Una estrategia regional de comunicaci�n entre investigadores, policy-makers y la comunidad. Lecciones y apuestas de REDUC / Patricio Cariola. Santiago de Chile, 1994. Borrador.

[21] �� http://www.fecoteldatos.com.ar/

[22] �� http://www.ntca.org

[23] �� http://caj.itdg.org.pe/telefonia

[24] �� http://www.wto.org/spanish/tratop_s/inftec_s/inftec_s.htm

[25] �� http://www.usda.gov/rus/telecom/rtb/index_rtb.htm